quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Prólogo

       Sempre fui daquele tipo de pessoa que não ligava pra condição financeira, até nos rolês saía sem dinheiro - mas qual era a graça de sair sem dinheiro? você se pergunta, ia apenas para curtir aquele momento, com pessoas que realmente se importavam comigo , ou apenas sair, sozinha ao som de "Postcards" do James Blunt ou o famoso solo de Slash que levava-me ao delírio, o dinheiro não comprava aquela liberdade, ou um banho numa praia ou num rio. Era apenas mais um dia, cansativo, mas premiado, um dia a mais sobrevivi, ao fim? não, mas a luta interna - além das dores de um problema na saúde - fazer o que se vivo em um lugar onde nem a saúde está a pico.

Minha vida nunca foi um mar de rosas,mas quando criança tive um pouco de diverção, costumava sair pelas ruas, pra brincar com as crianças de famílias diferentes, - me chamavam de pontinho preto, porquê? pelo simples fato do meu cabelo ser de uma tonalidade quase preta, não ter sido cortado a vida toda, e no momento em que eu corria, ele esvoaçava de um lado para o outro,fazendo uma espécie de curtina o que não deixava o resto do corpo aparecer - eu  passava horas e horas na rua, na casa delas, em praças, em sorveterias - na época era R$ 50 centavos a bola do sorvete, e comprava entre 4 a 5 delas -  e em pastelarias. Vivia em uma casa pequena, 2 quartos, um banheiro, a cozinha e o corredor pra porta. Aquela era verde, e se encontrava em um bequinho estreito, bastava seguir para a direita, virar a esquerda e lá estava a famosa praça.

Eu não tinha pai, ele havia nos abandonado bem cedo, e ficado com outra mulher e minha mãe passava o dia todo na rua, ela trabalhava de cabelereira, e tudo o que aprendia em cursos ela testava no meu cabelo, mechas, coloraçao, tonalidade, até o dia em que ela cortou meu cabelo acima do ombro. Lembro que senti uma sensaçao de liberdade, que nunca havia acontecido, a brisa pela primeira vez tocou meus ombros tão suavemente que senti um orgasmo de felicidade sair por entre meus labios, foi como se ouve-se retirado um peso da minha costa. Aos 6 anos, frequentava a escola e acabava falando, não por maldade, que ela estava a procura de um pai para mim, e as pessoas entendiam como se essa estivesse ficando com vários homens, em decorrer disso acabei sendo chamada pela pedagoga da escola com ela. Aos 7 anos, perto do Natal, apareceu um homem diferente, alto, claro, - Em uma região de praia um homem branco daquela forma? Supliquei naquela idade, era apenas uma criança - não era parente, mas um homem que não falava minha lingua, foi quando eu descobri que mamãe o havia conhecido e ele se encantado por ela. Nos primeiros dias foi estranho, a sensação de ter um pai era nova, um pai!!! eu estava tão animada, nao sabia qual reação ter naquele instante, e assim os dias passaram consecutivamente, e o carinho aumentou, e perdurou, aquele virou meu pai, não um padrasto, pois pra mim mesmo que não fosse de sangue, ele tratou-me como sua filha com muito amor, e me protegeu, durando consecutivamente ate hoje, mais de 11 anos.

Quase na adolescência, aos 10 idade, eu ja era moça - ou seja, havia mestruado mais cedo que muitas garotas - em decorrer disso, passei a não correr muito, ou sair muito, ja estava me tornando mais madura, aos poucos, contudo o interesse pelos esportes começou a crescer tornando-se uma paixão, principalmente os de contato (basquete, handebol e futebol) e natação havia ganhado três medalhas de 1º lugar aquele ano - mas, nada disso durou por muito  tempo, pois em 2012, devido a problemas familiares voltei a morar em minha cidade natal, e essa não obtinha aquele que denominei meu esporte preferido, a natação, isso deixou-me bastante triste. Todavia, haviam as modalidades de lutas diversas, e acabei testando duas delas: Muay Thai e Wrestley (conhecido ainda por umas regiões como luta olimpica) - devido a essa, houve um deslocamento de uma das costelas da parte esquerda da coluna, e ao ver os exames (depois de ter ido ao hospital) foi constatado um desvio da coluna, ou seja, escoliose, de 0,46 mm, o que deu fim aos treinos - .

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